Criados para o Céu!


Data da Postagem: 07 de Julho de 2022

Criados para o Céu


Com os corações vibrantes e almas revigoradas, ontem, celebramos a nossa Padroeira e o nosso dia, numa belíssima celebração.


Nesses dias de festejos nos propusemos a uma caminhada espiritual, tendo como modelo aquela que a Igreja nos presenteou como protetora e intercessora.


Ao olharmos para a santidade de Santa Maria Goretti, somos levados a pensar a nossa vocação à santidade, o sonho de Deus para as nossas vidas: "sede santos, porque Eu Sou santo" (1Pd 1,16); "Vós, no entanto, vos santificareis e sereis santos, pois Eu Sou Yahweh, o SENHOR vosso Deus" (Lv 20,7).


A cada novena temos a oportunidade de crescer em aspectos da vida de Santa Maria Goretti. Quando lemos a sua vida, lemos as mais belas páginas do evangelho, que falam do amor e do perdão. Rapidamente encontramos, na vida de uma adolescente de doze (12) anos, três palavras que estão no Sermão das sete últimas palavras de Cristo, na Cruz, isto é, "tenho sede", "Pai, perdoa-lhes", "ainda hoje estarás no paraíso". Quando a pequena Marietta, tendo o leito como cruz, volta do coma, suas primeiras palavras foram " tenho sede". Porém, por estar toda perfurada pelos 14 golpes recebidos por Alessandro, além de ter passado por cirurgia sem anestesia, não lhe puderam dar uma gota d'água sequer; pouco tempo depois, consciente do momento, o silêncio angustiante do quarto e daqueles que ali estavam em vigília - médico, padre, mãe e vizinha -, foi rompido pela voz frágil, mas nítida, que brotou da sua cruz, "Eu o perdoo". De fato, uma vida intrigante. Aqui compreendemos São Paulo ao afirmar que o Senhor escolhe os fracos para confundir os fortes (cf. 1Cor 1,27).


A terceira palavra que brota do seu coração diz respeito à salvação universal. Na sagrada Cruz, nosso Senhor Jesus Cristo, oferece a salvação a toda a humanidade, sem distinção. O sacrifício cruento é redentor, ou seja, é pagamento pelos nossos pecados (cf. 1Cor 6,20). Seu sangue é precioso. Marietta guarda as palavras de Jesus no coração - "Se alguém me ama, guardará minhas palavras" (Jo 14,23) - e o segue, como pequena discípula. Na cruz do seu martírio, esvaindo-se em sangue, ela libera o perdão e oferece o amor do Nosso Senhor, amor-salvação, ao jovem Alessandro, e lhe deseja o que o Salvador conquistou para todos, o céu: "O quero, ao meu lado, no paraíso". É edificante o seu testemunho, pois a gigante Goretti não o trata como agressor - eu perdoo o meu agressor -, mas ela trata pelo nome - "Alessandro...", um breve silêncio, "eu o perdoo...". No perdão liberado e no amor doado ela lhe devolve a dignidade.


Quanta riqueza na brevidade dos dias terrenos de Maria Goretti (cf. 2Pd 3,8).


Por fim, agradeço a dedicação de cada um dos irmãos e irmãs que abraçaram esse caminho espiritual, de maneira especial àqueles que assumiram os trabalhos pastorais, nas diversas frentes de trabalho. Muito obrigado e que Deus lhes abençoe. E que a discípula do Perdão, assim como intercedeu por Alessandro - "E do céu rezarei para que se arrependa" - interceda por todos nós.


Pe. Reginaldo Teruel Anselmo

Pároco